segunda-feira, 9 de março de 2009

Nosso "bom senso"


Disse hoje a uma pessoa:
-Você é uma das pessoas mais boas que já conheci
E ela me disse:
-mais boas? Isso existe? Não seria melhores?
-não. É como se eu dissesse que uma das pessoas mais más fosse uma das piores.
Engraçado isso não? Bom. Pessoa boa. Mau. Pessoa má. Boas. Pessoas boas. Más. Pessoas más. Melhores. Piores.
Não necessariamente as melhores pessoas são as boas para mim, assim como não necessariamente as pessoas más sejam as piores. Bem esquisito.
Ambiente de trabalho. Uma pessoa fala mal dos outros, inventa histórias, é corrupta. Ela ganha dinheiro pra empresa, faz o trabalho dela. Ela é má, pelo menos em minha concepção, pessoas com falta de ética são muito ruins. Essa pessoa seria uma das mais más que já conheci, no entanto não uma das piores.
Já perceberam também quantas vezes desprezamos certas atitudes de um namorado ou um amigo e mesmo assim achamo-los as melhores pessoas do mundo? E quanto àqueles que são tão bons e muitas vezes os achamos um saco?
Parece que quem fez a língua portuguesa pensou que isso seria unânime, pessoas boas seriam as melhores. Pessoas más seriam as piores.
Talvez eu tenha enrolado o meio de campo, o que quero dizer é:
Todos querem ser bons, porque é bom ser visto assim. A questão é:
Queremos ser bons em algo? Queremos ser bons para algo? Queremos ser uma pessoa boa? Queremos que os outros gostem de nós?
Parece-me muito que uma coisa anula a outra, na maioria das vezes.
Isso não deveria ser assim. Não mesmo.